Por entre postes, sigo em mim,
com passos feitos de silêncio,
onde o tempo tece retalhos
de memórias que não pedi.
Há rascunhos nos olhos alheios,
vidas bordadas de ausência,
e sorrisos — tantos —
pendurados nas vitrines da indiferença.
Quem ama demais se desfigura,
quem sente demais se esconde,
num teatro onde cada rosto
é um espelho que mente.
As máscaras, vestidas com arte,
guardam os gritos nos bastidores.
E o palco — ah, o palco! —
é só mais um lugar
onde a dor ensaia aplausos.
Não sei se erro por sonhar,
ou por fingir que não sonho.
Mas sigo, mesmo sem rumo,
no fio tênue da lucidez,
carregando devaneios
como quem carrega o próprio nome:
com fé, com peso, com poesia.
Sem fé, naufragamos.
ResponderExcluirTua sensibilidade extrai dos posts a essência que, por vezes, nem a gente percebe ao publicar.
Receba o meu carinho.
Un poema en que con tu acostumbrada sensibilidad nos muestra la vida como es.
ResponderExcluirSaludos.