Debruço-me na varanda do tempo,
onde a brisa murmura em canção,
varrendo da alma os escombros
de um inverno sem direção.
A inquietação já não grita,
nem sombras recobrem meu chão
a luta se faz movimento,
um passo além da aflição.
Eis que desponta a alvorada,
desperta em perfumes no ar,
trazendo nas mãos a promessa
de um novo caminho a brotar.
A dor se desfaz em silêncios,
a sombra já não me contém.
Na luz da estação que renasce,
sou flor a florir para o bem.
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Cléia Fialho