Há uma febre no gesto que desliza,
um tremor que escorre na pele do instante.
Não há mapa, nem saída,
no labirinto onde o toque é delirante.
Cada mão é um verbo que implora,
um destino que se escreve em carne.
Os corpos, desfolhados em silêncio,
confessam pecados sem alarde.
Eis a paixão — feroz e muda —
que escava a alma com garras de bruma.
É chama que lambe e despedaça,
é noite sem fim sob a mesma espuma.
As palavras, exaustas, se recolhem,
deixando à pele a língua dos sentidos.
E o tempo, cúmplice das horas rasgadas,
abraça os amantes, já quase esquecidos.
Há um eco que não morre,
na cúpula onde as promessas jazem.
E entre o delírio e o desencanto,
o amor, ferido, ainda se refazem.
No espelho, um reflexo se desfaz,
mas a lua — ah, a lua — persiste no olhar.
E as bocas, ainda que caladas,
insistem em querer se encontrar.
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Cléia Fialho
Veo no solo unos versos cargados de belleza y sensibilidad, también de una sensualidad lo justo para no molestar.
ResponderExcluirSaludos.
Sensual poema. Me gusto mucho. te mando un beso.
ResponderExcluirUn riflesso di luna, concentra ancor di più la libidine, che accompagna mente, e corpo, in un momento inedito in cui vince solo la passione.
ResponderExcluirUn caro saluto