Nas entrelinhas do papel,
verso a verso,
Minhas palavras dançam
um balé intenso,
Cada sílaba traça a curva
de um desejo imenso,
No vão do vão
do pensamento suspenso.
O tinteiro é o cálice
de onde bebo ardente,
As tintas fluem como
beijos lentos e quentes,
Pintando poesia
na pele do pergaminho,
Como carícias ousadas
no corpo em desalinho.
Metáforas se laçam,
como mãos que se buscam,
Sensualidade esculpida
em palavras que ofuscam,
Cada estrofe é um toque,
cada rima um gemido,
Sou amante e amada,
um ego entrelaçado e unido.
❦
Cléia Fialho