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sábado, 31 de maio de 2025
PRAZERES SEM DRAMAS
sexta-feira, 30 de maio de 2025
OFÍCIO DE MULHER
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quinta-feira, 29 de maio de 2025
O CORPO É POESIA
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quarta-feira, 28 de maio de 2025
BEM MELHOR QUE SOZINHA 2
A TAURINA
um resquício — quente, firme — no ar espesso.
Ele insiste, murmura, quase sussurra: houve, sim,
do verbo que sustenta o existir — algo que ardeu,
mesmo que o mundo não tenha lido na manchete.
O sol já rasgou as nuvens, abrindo clareira,
mas não encerra a história que ficou suspensa,
um tempo entre o ser e o querer, o quase, o talvez.
Não foi amor grafado à canivete na goiabeira,
nem paixão de pombos jovens a se enfeitar no galho.
Houve um fogo oculto — desejo que atravessou a carne,
entre dentes e veias, a marca silenciosa da alquimia,
um canal secreto onde se desvelam segredos e medos.
O beijo que chegou sem aviso, como quem rouba a noite,
ficou ali, imóvel, pairando — beija-flor no ar rarefeito.
Ele sonha com o penúltimo encontro,
mais verdadeiro que o último adeus.
E ela, taurina, entre blusa lisa e saia que dança,
máscara e jaleco, touca que encobre o riso,
Houve, sim, sempre houve,
o que ninguém disse em voz alta,
mas que o silêncio grita,
e o tempo guarda — fiel, inquieto —
como um segredo dourado na penumbra.
VÍCIO DO INVISÍVEL
Tua ausência me percorre —
como vento antigo que conhece minha pele
melhor que meus próprios dedos.
O ar tem gosto de lembrança.
Há perfumes que sussurram morte,
mas é tua ausência que mais fere.
As sombras que já foram tuas
caminham trêmulas,
sem corpo, sem voz —
apenas silêncio se arrastando nos cantos.
Dentro de mim,
galáxias giram como espasmos,
e o desejo, em colisão,
se despedaça em pedras invisíveis.
Quantos toques seriam precisos
para cobrir esse vácuo?
Quantas bocas desfariam o gosto da tua?
Borboletas estremecem no ventre,
em cãibras de espera.
Cada poro te invoca.
A memória, insubmissa,
carrega teus olhos como relíquias sagradas.
Um suor, frio como ausência,
desce pela espinha —
me empurra, sem piedade,
ao abismo de um mundo sem ti.
Tento me agarrar ao que resta,
mas tudo é liso, escuro,
e minhas mãos
não sabem mais onde encontrar calor.
Neste espaço sem alma,
só restou o eco:
sou viciada
em tudo o que você foi
—
e ainda arde
em mim.