No terreiro da vida, sob o sol raiz,
O pajador desfia seu cordel feliz.
Verso que dança, rimando a emoção,
No balanço do vento, puro coração.
—Lá vai a trova, gingando no ar,
—Pajada que o povo sabe guardar.
De repente, o humor, uma rima sem véu,
Traz a alegria do povo fiel.
Piada e poesia, misturadas no prato,
Servidas com graça, sabor de retrato.
—Risada é verso, verso é canção,
—Pajada é festa no meu sertão.
E quando a lua nasce, prateando o chão,
O pajador solta sua última lição:
"Viva a alegria, a arte desgrenhada,
Pois até o triste vira pajada!"
Nota da Autora:
Esta pajada é um tributo à arte da oralidade e à força da poesia popular.
No ritmo dos versos, o riso e a emoção se entrelaçam, mostrando que a pajada é muito mais do que um simples cantar — é um reflexo da alma do povo, um jeito de contar histórias e celebrar a vida.
Cada estrofe carrega o balanço da terra, a cadência da tradição e a essência de quem transforma até a tristeza em poesia.
Que esses versos ecoem no coração de quem lê, lembrando que a alegria e a arte sempre encontram um jeito de florescer.
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Cléia Fialho