Dançamos, nós dois,
no compasso onde o tempo se desfaz.
Teus olhos tocam os meus
com a fome de um segredo à flor da pele.
O chão desaparece
quando teu corpo se aproxima,
e a brisa que nos envolve
traz o perfume do querer.
Não há palco,
apenas um universo que pulsa
entre teus dedos e minha cintura,
onde cada gesto é convite e incêndio.
Tu giras ao meu redor
como um feitiço que me chama,
e eu me deixo levar,
silêncio e vertigem no mesmo abraço.
A música é o sussurro dos nossos desejos,
nossos pés não tocam mais o mundo —
só a pele, só o calor,
só o arrepio que dança no ar.
Somos redemoinho e suspiro,
onde a paixão se reinventa,
e a sensualidade se faz poema
em cada curva do nosso encontro.
Nessa dança sem fim,
sou tua —
tu és meu —
e o resto se desfaz na luz da nossa dança.