TEU OLHAR PENETRANTE

Faz minha fenda arder

Sem igual, como em um feitiço

Que eu assanho e atiço

Teu olhar intenso e penetrante

Me envolve em prazer

Me entrego toda excitante

Eu quero me perder

Teu corpo meu caminho

Tesão que me faz sorrir

Teu colo um só ninho

Orgasmo a aspergir.

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Cléia Fialho

VAMOS FALAR DE AMOR

Chegue mais perto, vamos falar de amor

 Desse sentimento que nos prende e une

 Como ferro em brasa que arde em calor

 Deixando-nos fumegantemente imunes.

 Continuemos a expressar essa nossa paixão

 Que arrebata dos olhos os nossos sentidos

 Faz pulsar mais ofegante e forte o coração

 Despojando todos os deleites incontidos.

 Prossigamos exprimir tamanho romance

 Regado à inúmeras proezas e aventuras

 É mais do que efêmero esse nosso lance.

 Dois corpos unidos esbelta desenvoltura

 Nossas bocas bailando tão doce nuance

 Instigando as almas sublimes envolturas.

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Cléia Fialho

EU PREFIRO OS BANDIDOS

Trago em meus poros as chamas do amor

 De muitos momentos e prazeres sentidos

 Nada eu disfarço, pois não carrego agror

 Vivo em devaneios de fetiches incontidos.

 Gosto de homens ousados e atrevidos

 Despojados completo de qualquer pudor

 Nada de heróis, eu prefiro os bandidos

 Que roubem da minha luxúria o calor.

 Alucino sua mente, a alma e o coração

 Falo o que desejas ouvir toda pernoite

 Mas não creias em juras, eu sou ilusão.

 Minha boca sepenteia como açoite

 Marcando a sua pele ávida de tesão

 Para me lembrares em outras noites.

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Cléia Fialho

ENTRE SOMBRAS E ESPELHOS

Por entre postes, sigo em mim,
com passos feitos de silêncio,
onde o tempo tece retalhos
de memórias que não pedi.

Há rascunhos nos olhos alheios,
vidas bordadas de ausência,
e sorrisos — tantos —
pendurados nas vitrines da indiferença.

Quem ama demais se desfigura,
quem sente demais se esconde,
num teatro onde cada rosto
é um espelho que mente.

As máscaras, vestidas com arte,
guardam os gritos nos bastidores.
E o palco — ah, o palco! —
é só mais um lugar
onde a dor ensaia aplausos.

Não sei se erro por sonhar,
ou por fingir que não sonho.
Mas sigo, mesmo sem rumo,
no fio tênue da lucidez,

carregando devaneios
como quem carrega o próprio nome:
com fé, com peso, com poesia.

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Cléia Fialho

OFEREÇO-TE

Ofereço-te meus poemas de dias ensolarados

 e os versos dos tempos nublados

Ofereço-te minhas noites frias de luar

 e o breu quente dos desejos de amar

Ofereço-te minhas fantasias de cada sonho

 e as lisuras que em meu rosto se faz risonho

Ofereço-te o meu dócil coração

o abrasado calor da minha paixão

 

Todo o amor e toda a minha vida

 dos meus lábios a taça da doce bebida.

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Cléia Fialho

TARAS DAS PROVOCAÇÕES

Por você sou capaz de atravessar o oceano

 Concretizar de vez essas loucas fantasias

 Realizando esse nosso prazer profano

 Que toma conta de nós todos os dias.

 Fico imaginando eu e você assim à sós

 Perdendo toda a prudência e o sentido

 Até parece que ouço a sua doce voz

 Sussurrando baixinho em meu ouvido.

 Voejando nas taras das provocações

 Vozeando palavras cativas dos corações

 Induzidos apenas por nossos instintos.

 Duas almas cativas em corpos famintos

 Desejam que os devaneios virem realidade

 E a paixão reclusa se faça enfim de verdade.

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Cléia Fialho

MARÉ DE SILÊNCIO

Teu pranto ficou nas marés,

nas conchas que choram marinho,

e o vento, em sussurro sozinho,

me conta os adeuses em rés.

Foste vela em meu cais de fé,

foste cais em minha procura,

mas a dor, essa criatura,

me amarrou num nó sem pé.

Agora, no breu que se enlaça,

sou sombra do que não volta,

sou cais de partida sem rota,

sou lamento que o tempo abraça.

E se o sal que em mim se enlaça

queima a lembrança do abraço,

é porque, no fundo do espaço,

teu amor virou fumaça.

Mas ainda, mesmo no fim,

quando o peito quase cansa,

resta um fio de esperança

flutuando dentro de mim.

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Cléia Fialho

FAÇO ARTE

Acertando e errando

 Foi que te encontrei

 Em seus braços

 E os amassos

 Eu me apaixonei

 Agora sou parte

 Em seu amor faço arte

 Uma doce entrega

 Que tanto me integra.

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Cléia Fialho

DESVENDA-ME EM ÊXTASE

Quero você abrasado e ardente

Pedindo mais, sedento de prazer

Teu corpo anseia o meu, impaciente

No coito voluptuoso do querer.

 

Desvenda-me em êxtase lentamente

Desliza pelas curvas do meu ser

Sente meus gemidos, veemente

E o tesão nos faz enlouquecer.

 

As mãos percorrendo cada recanto

Explorando meus segredos sem pudor

Num jogo de desejos, sem quebranto.

 

Numa entrega plena, fâneros e calor

E por fim, extasiados, lado a lado

Somos explosão de gozo desvairado.

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Cléia Fialho

DESPEDIDA DOURADA

O verão se despede em luz serena,

com seus dias de sol e céu aberto,

o canto do calor ainda está perto,

mas já sopra o frescor da brisa amena.

Folhas dançam num tom de cor terrena,

como um suspiro outonal desperto,

trazendo ao coração um tempo incerto,

de calma, de saudade e vida plena.

A luz dourada aos poucos se despede,

nos galhos, o silêncio se derrama,

e a tarde se recolhe no balanço rede.

No chão, a folha escreve o que se ama:

É um ciclo que termina, outro sucede,

Num tempo que sussurra e outro clama.

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Cléia Fialho

DESEJOS PROFUNDOS

Desejos profundos que queimam em meu ser

Incendeiam minha'lma a cada amanhecer.

Ardo em chamas intensas, sem poder conter

A paixão que me consome e me faz renascer.

 

Desejo a doce brisa de um amor ardente

Me envolve por completo e me deixa contente.

Quero sentir o calor dos seus beijos doces

E mergulhar em suas meias-palavras agridoces.

 

Desejo a felicidade em todas as suas formas

Me preencha de alegria sem horas e normas.

Anseio pelo sucesso em cada passo que daremos

E pela realização de todos os sonhos que veremos.

 

Desejo o discernimento e a compreensão

Em um mundo onde reinem a paz e a união.

Que todos nossos desejos sejam realizados,

E que juntos possamos viver assim abastados.

 

Que esses desejos que queimam em meu peito

Possam se transformar em realidade perfeito.

E que a chama que arde dentro de mim

Seja alimentada por sorrisos sem fim.

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Cléia Fialho