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quarta-feira, 28 de maio de 2025
BEM MELHOR QUE SOZINHA 2
A TAURINA
um resquício — quente, firme — no ar espesso.
Ele insiste, murmura, quase sussurra: houve, sim,
do verbo que sustenta o existir — algo que ardeu,
mesmo que o mundo não tenha lido na manchete.
O sol já rasgou as nuvens, abrindo clareira,
mas não encerra a história que ficou suspensa,
um tempo entre o ser e o querer, o quase, o talvez.
Não foi amor grafado à canivete na goiabeira,
nem paixão de pombos jovens a se enfeitar no galho.
Houve um fogo oculto — desejo que atravessou a carne,
entre dentes e veias, a marca silenciosa da alquimia,
um canal secreto onde se desvelam segredos e medos.
O beijo que chegou sem aviso, como quem rouba a noite,
ficou ali, imóvel, pairando — beija-flor no ar rarefeito.
Ele sonha com o penúltimo encontro,
mais verdadeiro que o último adeus.
E ela, taurina, entre blusa lisa e saia que dança,
máscara e jaleco, touca que encobre o riso,
Houve, sim, sempre houve,
o que ninguém disse em voz alta,
mas que o silêncio grita,
e o tempo guarda — fiel, inquieto —
como um segredo dourado na penumbra.
VÍCIO DO INVISÍVEL
terça-feira, 27 de maio de 2025
HEI DE GOZAR...
segunda-feira, 26 de maio de 2025
ME ENVOLVE E SURPREENDE
domingo, 25 de maio de 2025
EXTASIANTE SABOR
BEM MELHOR QUE SOZINHA
sábado, 24 de maio de 2025
DESPEJANDO TEU GOZO
MEU DESEJO ARDENTE
Meu corpo, meu desejo ardente
Clamava o toque da tua pele
Um fogo vivo, incandescente
Que me fazia ser tão fiel
Que me fazia ser tão fiel
Aos teus delírios e loucuras
Nosso enlace doce e cruel
Rendia amor em noites puras
Rendia amor em noites puras
Na dança lenta do prazer
Com juras fundas e tão seguras
Como eu sonhava em te ter
Como eu sonhava em te ter
Antes da ausência impaciente
Sem ti, só posso escrever:
Meu corpo, meu desejo ardente.
DOCE TENTAÇÃO, ETERNA LEMBRANÇA
Eis que a aurora me fere com sua luz sem piedade,
desfaz os véus da noite
e leva contigo os sonhos —
tão breves, tão intensos —
como bruma que o vento desfaz.
Ficas, porém, gravada em mim,
na pele da alma,
onde o desejo deixou cicatriz —
doce e pungente,
prazer que também doeu.
Amor que não se apaga.
Oculto entre silêncios,
te guardo, pecado sagrado,
memória de um instante encantado
que o tempo, caprichoso, não pôde manter.
Mesmo longe,
a tentação persiste,
arde tênue e viva em meu ser,
como chama que não se entrega ao fim.
E então, em palavras,
selos de eternidade,
escrevo-te.
Não para possuir-te,
mas para que nunca morras.
Doce tentação…
és agora verso,
glória suspensa no ar,
lembrança invencível
de um amor
que a vida negou,
mas a poesia consagrou.
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