20 de novembro amanhece como qualquer outro dia: o sol se levanta, as ruas se agitam, os relógios correm. Mas, para quem carrega a história na pele, esse dia tem outra cor, outro peso, outra memória.
Não é feriado na alma. É pausa. É reflexão.
No Dia da Consciência Negra, o Brasil não celebra apenas Zumbi dos Palmares. Celebra vozes que por séculos tentaram ser silenciadas, mãos que plantaram o alimento que não podiam comer, histórias que o livro oficial tentou escrever com tinta branca e memória seletiva. Celebra a luta que nunca cessou, mesmo quando as correntes quebraram.
Porque, apesar de libertos, muitos nunca foram livres.
A consciência negra não cabe apenas em uma efeméride. Ela vive no menino que aprende desde cedo a caminhar olhando por cima do ombro; na jovem que, ao entrar no mercado de trabalho, tenta provar o que seus colegas já têm como garantido; vive nas mães que temem que seus filhos não voltem para casa. Vive no sorriso largo que resiste mesmo diante de um país que ainda hesita em admitir o racismo que insiste em negar.
Mas vive também na música que pulsa, no tambor que chama, nas tranças que contam histórias que a escola calou. Vive na literatura que hoje floresce, escrevendo novos capítulos. Vive nos quilombos que seguem de pé, no samba, na capoeira, no vestido colorido da baiana que é altar e coragem. Vive na ancestralidade que nunca deixou de educar, mesmo quando não deixaram ensinar.
Ser negro no Brasil é carregar cicatrizes, mas também é carregar coroas invisíveis. É ter raízes profundas e asas resilientes. É ser resistência e poesia ao mesmo tempo.
Nesse dia, a consciência não é para os negros. É para todos. Para quem precisa olhar para a história não como culpa, mas como responsabilidade. Para quem precisa entender que igualdade não é discurso: é prática.
É oportunidade. É reparação. É mudança social.
Que esse dia não seja uma data isolada, mas uma porta aberta para conversas que não devem mais ser adiadas. Para escolas que revisitem seus currículos. Para empresas que revejam seus quadros. Para famílias que revejam seus silêncios. Para um país que, enfim, se reconheça no espelho.
Porque enquanto houver criança negra aprendendo que precisa ser “melhor que os outros para ser igual”, ainda falta consciência.
E consciência, como toda luz, não pede permissão para nascer. Ela se acende.
E ilumina.
a história segue viva.
Racismo: Conduta discriminatória dirigida a determinado grupo.
Considerado mais grave pelo legislador, é imprescritível e inafiançável.
Injúria racial: Consiste em ofender a honra de alguém
com a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.
💗 Ouça 💗
Olhos Coloridos - Sandra Sá



.png)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
🐾 OBRIGADA PELA SUA PRESENÇA
🐾 É SEMPRE MUITO BOM TER VOCÊ AQUI
🐾 FIQUE À VONTADE PARA COMENTAR OU FAZER UMA INTERAÇÃO NAS POESIAS
🐾 SERÁ UM IMENSO PRAZER COLOCÁ-LA JUNTO À MINHA
🐾 VOLTE SEMPRE!
Leituras e orgasmos
Versos e espasmos...
Letras e entusiasmos
O desejo libero...
Isso é o que eu quero
Seu prazer é que espero!
AFAGOS POÉTICOS EM SEU 💗
🐾