Sopro que invade e não se detém,
venho a ti em rajadas de desejo,
quebrando a calma, acendendo a pele,
em chamas que dançam no tempo alheio.
Sou trovão que abraça e fere,
eco de força e de entrega sutil,
te levo além do chão, além do medo,
no voo breve do prazer febril.
Teu corpo, campo de espigas douradas,
resiste, se curva, se rende, se eleva,
na dança onde o vento é fogo,
e o fogo é vento que tudo leva.
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Cléia Fialho