Naqueles tempos de riso e travessura
Os piás do meu tempo, destemidos, em alarde
Eram como raios de sol, na candura
Despertando sensações, na juventude que arde.
Corriam livres, como o vento desgarrado
E nos olhos brilhava a curiosidade
Explorando o mundo, cada canto encantado
E na ousadia, traçavam sua identidade.
Eram sorrisos largos, gestos brejeiros
No campo aberto, a liberdade a dançar
Nas tardes douradas, em jogos matreiros
A amizade e o afeto a florescer e se entrelaçar.
Entre risos e segredos compartilhados
Despertavam-se os primeiros desejos
A descoberta da vida, dos sonhos alados
Em corpos que despertavam, feito lampejos.
Nas festas de São João, as fogueiras ardiam
E o aroma das comidas no ar se espalhava
A dança das quadrilhas, os pares se uniam
Corações enamorados, a paixão desabrochava.
Ah, os piás do meu tempo, recordação sensual
Dos amores ingênuos, das carícias escondidas
Na doce memória, um cenário primordial
Que a vida moldou, em lembranças coloridas.
O tempo passou, mas o encanto perdura
Os piás cresceram, novos voos alçaram
Na saudade, a alma se aquece de ternura
Sensações sensuais, novos afetos culminaram.
Nos encontros do destino, talvez uma arte
Os piás do meu tempo possam se reencontrar
E, em memórias valáteis, quem sabe
Reavivar a chama da juventude a palpitar.
Assim, na poesia da vida que se entrelaça
Permanece a saudade, num canto profundo
Dos piás do meu tempo, a doce lembrança
Acalentando a alma, como um doce segundo.
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Cléia Fialho
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