Queria apagar o rastro do teu olhar,
mas ele brilha
onde o tempo não alcança.
Fica nas coisas simples —
no sopro do vento,
na luz torta da manhã
que toca o vazio da sala.
Te amei no silêncio que vinha do mar,
um silêncio antigo,
profundo,
como quem dança
mesmo quando sangra.
Teu nome era doce na minha boca,
um poema que eu lia sem saber.
Agora é lembrança,
mas não se cala.
É toque ausente
que ainda percorre minha pele
sem pedir licença.
O tempo levou tua voz na alvorada,
mas ainda escuto —
aqui,
no coração que não se cansa —
a música sutil do que um dia foi meu.
Saudade é flor sem poda,
cresce sem rumo,
semeia-se nas frestas
de um jardim desfeito.
E a dor,
essa dor mansa e inteira,
não morreu.
Apenas aprendeu
a respirar comigo.

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Decimos por aquí donde hubo fuego siempre quedan rescoldos y eso es lo que nos muestras en este bello poema.
ResponderExcluirSaludos.