ARCO-ÍRIS QUEBRADOS

Caminhei por estradas 

feitas de arco-íris quebrados

Conversei com sombras 

que tinham voz própria

A chuva caía em gotas 

de sentimentos embaralhados

E o vento me levou 

para terras além da memória.

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Cléia Fialho

CORPO A VOEJAR

Meus ensejos são como ondas do mar

Revoltas vêm e vão sem cessar

Desejos são como a brisa a soprar

Levando o meu corpo a voejar

Sinto a brisa fresca em meu rosto.

Minha pele o sol aquece preposto

O som maresia remota traz

Em meu nu, sensações de paz

Sem rumo ao velejo das correntes

Inunda-me emoções calicadentes.

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Cléia Fialho

O Experimental Almognose é uma criação

Da Poetisa ANA LUCIA S PAIVA

TEU SUMO SABOR

Eu vou amar-te com sede

Com um desejo inebriante

E com esse latejo ardente

Que consome a cada instante.

 

Vou beijar-te com paixão

E degustar teu sumo sabor

Enquanto o nosso tesão

Cresce em um vesano calor.

 

Vou tocar-te com ferocidade

E explorar cada pedacinho de ti

Porquanto a nossa intimidade

Faz perder noção do tempo aqui.

 

Vou entregar-me ao teu domínio

E deixar-me levar pelo teu prazer

Enquanto esse insano fascínio

Nos faz suplantar e transcender.

 

Vou sorver-te com intensidade

E fazer nosso deleite uma festa

Regozijando da nossa intimidade

Sobrepujando qualquer aresta.

 

Então vou tragar-te com vigor

Saciar minha fome em teus poros

E a cada regalo do nosso amor

Desfrutarei teus manás sonoros.

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Cléia Fialho

A LUXÚRIA SE REVELA

Entre lençolas úmidas 

a luxúria se revela
Corpos, durâmem 

entoam fugaz melodia

Sobre a gleba molhada

o gozo se atrela
O tesão e o desejo 

em perfeita sintonia.

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Cléia Fialho

VERSOS FUGAZES

Ah, as poesias transbodadas de desejos

Ardem como brasas, inflamadas e vorazes

E em dias tão estereis, flama de sobejos

Vem inspiração para compor versos fugazes.

 

São epístolas ousadas, que revelam a loucura

Que vislumbram os mistérios do amor

Que desnudam minh'alma sempre a procura

Das paixões que me consomem com ardor.

 

Doce é a sensação de estar apaixonada

Sentir o coração bater mais forte no peito

Viver cada instante de forma aprisionada

Entregue à triviais volúpias sem preceitos.

 

Poesias continuam incendiar a minha mente

Devaneios me levam aonde jamais cheguei

Estrofes abrasam como chamas ardentes

Despojando minh'alma o vicejo que divaguei.

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Cléia Fialho

TINTAS AQUARELAS

No espelho 

que reflete o tempo distorcido

Gatos e peixes trocam suas peles

Estrelas se transformam 

em peças de jogo perdido

E o céu fica translúcido

em tintas aquarelas.

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Cléia Fialho

DEVANEIOS VADIOS

Até parece maior que o oceano

 Essa distância que há entre nós

 Nosso elo de prazer tão profano

 Desejando enfim estarmos à sós

 E dos lábios sugar todo o mel

 Possuir e amarrar forte o cordel

 Nas peles suadas em total arrepios

 Nos entregamos aos devaneios vadios.

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Cléia Fialho