No calor do olhar,
ela convida o instante,
e ele, em silêncio amante,
se rende ao seu respirar.
O tempo perde sentido,
quando a pele quer dizer,
que o prazer, já prometido,
vem com sede de viver.
As mãos são mapas do gozo,
descobrindo o proibido,
e cada toque é gostoso,
como o beijo mais sentido.
Ela geme em poesia,
ele vibra em melodia,
e no enlace tão carnal,
fazem do ato, ritual.
São dois corpos em dança,
a luxúria é esperança,
e o prazer — seu natural —
tem sabor de eternidade
no amor mais visceral.
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Cléia Fialho