Pisei os rastros deixados no vento,
onde o tempo bordou silêncios e sonhos.
Nos galhos nus de uma tarde esquecida,
ouvi canções que a memória ainda entoa.
Havia um suspiro em cada lembrança,
feito orvalho em pétalas que não voltam.
Mas o perfume do que foi ternura
ainda dança leve entre as sombras calmas.
Os olhos mudam, mas veem mais fundo;
o coração — embora mais sereno —
guarda a centelha do que foi chama,
e aquece os instantes que ainda são.
O tempo não leva tudo, apenas molda.
Deixa molduras onde antes houve encontro.
E mesmo a dor, com sua pele austera,
um dia veste o nome de saudade mansa.
Se o fim se insinua em cada alvorada,
que venham as horas com sua doçura.
Pois o amor, raiz de cada memória,
é o que torna eterna a vida tão curta.
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Cléia Fialho
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