Tempo se dobra,
círculos de luz e sombra,
pedaços de dia em pedaços de noite,
Relógios derretendo,
segundos se esfacelam,
números em fragmentos,
Horas se cruzam,
linhas que se encontram,
em ângulos cortantes,
Momentos,
pinceladas rápidas,
e o tempo, um quadro distorcido,
Ontem se funde com hoje,
dias em camadas,
mãos que tocam relógios invisíveis.
Tempo se dobra,
pintura do instante.
Nota da autora:
Neste poema, tentei capturar a ideia de tempo como uma construção fragmentada e distorcida, refletindo a maneira como o cubismo representa a realidade em múltiplas perspectivas.
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Cléia Fialho
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