Nas entrelinhas de um verso, em ardente tinta escrita,
Desabrocha o proibido, a paixão que nos agita.
Eloquente que transcende, do papel à pele que treme,
Nas palavras inscritas, o desejo que nos freme.
O poeta despe as rimas, revelando segredos profanos,
Na trama de metáforas, corpos se movem, insanos.
Cada estrofe é um toque, um sussurro no ouvido,
Na cadência das sílabas, o amor é redefinido.
Vogais se entrecruzam, formando promessas sedutoras,
Consoantes entrelaçadas, delineiam curvas tentadoras.
Versos que incendeiam, como beijos na pele nua,
No poema a meta, é o prazer se perpetua.
E a mente do leitor, como cúmplice enlaçada,
Na dança das palavras, a imaginação desenfreada.
Uma ode erótica, onde o amor é a tinta e a folha,
Escrevendo contos ardentes, onde a fantasia trolha.
Desvela-se o desejo, transcende-se o tabu,
No encontro das peles, o corpo se desnuz.
Desejos de luxúria, onde a mente se despe,
No jogo das palavras, o amor se faz prece.
Assim, entre versos e corpos que se entrelaçam,
O instante despojado, prazer e alma abraçam.
No limiar da poesia, somos uno, somos arte,
Nesse poema dentro do poema, o amor é parte.
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Cléia Fialho
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